Bem vindos, artistas do Reino de Deus!

ARTE: TÉCNICA E UNÇÃO


O mundo aguarda a revelação dos filhos de Deus, também através da arte.

“Para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte. A arte possui uma capacidade muito própria de captar os diversos aspectos da mensagem, traduzindo-os em cores, formas, sons que estimulam a intuição de quem os vês e ouve.” 

(Carta Papa aos Artistas 12)

    A arte tem uma maneira muito própria de captar diversos aspectos e mensagens.
    A Igreja precisa de arquitetos, porque tem a necessidade de espaços onde congregar o povo cristão. Imaginemos se não houvessem arquitetos para construir e através do seu dom construir as mais belas arquiteturas...Capelas, Santuários, etc...que tanto nos faz pensar em Deus.
    O mundo aguarda a revelação dos filhos de Deus, também através da arte e na arte.
   
Quem é o artista? Segundo o dicionário artista é:
    
1. Pessoa que pratica uma das belas-artes, especialmente uma das artes plásticas ou dos seus prolongamentos atuais.
   2. Pessoa que interpreta uma obra musical, teatral, cinematográfica, coreográfica.
   3. Pessoa que, dedicando-se a uma arte, se liberta das pressões burguesas.
   4. Que tem ou exprime o sentimento da arte.
   5. Que ama as artes, que tem gosto artístico, sentimento do belo.
   
Dentro da arte existem duas coisas que são muito importante: técnica e unção.
    
Abrir na passagem de 1 Samuel 16,1-13. Unção
    Nessa passagem vemos a unção de Davi, ele que era o menor, foi o escolhido o ungido. Assim somos nós, muitas vezes os menores, os mais frágeis, mas aqueles que o Senhor necessita para realizar uma grande obra. Unção: Separação, marca, selo de Deus, capacitação sobrenatural de Deus em nós. É a própria presença de Deus naquilo que fazemos para Ele.
    A unção com o óleo também é significativo do Espírito Santo. Graças ao Batismo e a Crisma, já temos essa marca indelével (permanente) da unção.
    Muitas pessoas cantam e dançam sem unção, sem essa marca, sem essa capacitação de Deus em nós, e isso realmente não produz vida, às vezes até emociona se tiver beleza e expressão, mas não produz nada de novo na nossa vida.
    A unção é o que diferenciará a nossa arte da arte do mundo. Precisamos de artistas que não apenas dancem bem, mas que sejam pessoas de oração, de espiritualidade, artistas que vivem uma vida sacramental regular. Isso fará a diferença na hora de tocarmos os corações.
    A unção permite que Deus nos use. Que a nossa arte tenha como que o Seu "carimbo", com a Sua assinatura embaixo daquilo que fazemos pra Ele. Sem ela, nossa arte fica sem sentido, cheia de nós mesmos e desta forma, não temos nada de bom para oferecer.
    Sem a unção a arte se torna vazia, é a unção que faz a arte ser viva e eficaz.
    É necessário fazer aula, ensaiar, crescer, desenvolver e aprimorar a cada dia o seu conhecimento artístico, mas deve se ter a consciência que tudo isso sem a presença de Deus, não faz a mínima diferença quando o objetivo é dançar para o Senhor na igreja. Se o nosso trabalho fala de Deus e é para Ele, a unção é a nossa marca registrada e Deus se faz presente, se agrada, é o "Seu" selo sobre o nosso trabalho, porque esta é a única diferença entre a nossa arte e a arte do mundo.
  
  Percebemos que para termos uma coreografia dirigida por Deus, devemos ter unção. A unção é adquirida através de nosso relacionamento e intimidade com Deus.
   
1 Samuel 16,14-23
    Nessa passagem vemos que Davi era reconhecido por muitos pois sabia tocar bem, tinha técnica e habilidade ao tocar a lira. Imaginem se ele não investisse no seu dom; para ele ser reconhecido como habilidoso, ele devia treinar muito. Deus havia dado o dom a ele, mas ele também tratou de investir nesse dom. Em 1 Cronicas 25,7 vemos também que os cantores eram hábeis no seu tocar; e para isso se dedicavam a técnica. Se naquela época já era assim, quanto maior responsabilidade e dever de nos aprimorarmos temos hoje, quando foram desenvolvidas novas técnicas para cantar e tocar e quando a ciência da música é tão rica e abrangente! Se os cantores e os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para aprimorar suas técnicas em favor apenas de si mesmos, quanto mais não devem os ministros de música serem instruídos e se aprimorarem a fim de se tornarem hábeis no ministério de tocar e cantar para o Seu Deus e senhor! O Espírito Santo poderá utilizar-se melhor de pessoas bem treinadas e ungidas para louvarem Aquele que é digno de todo louvor.
    Técnica é a prática, parte material de uma arte, é a rotina que nos aperfeiçoa para algo.
    É importante que tenhamos em mente, que Deus nos chamou e devemos dedicar tempo ao ministério a que fomos chamados. Além de rezarmos muito pedindo a unção do Espírito Santo, dedicar tempo ao estudo da técnica. Disciplina é fundamental, para o estudo da técnica. Os ensaios em grupo ou individual também são fundamentais para aprimorarmos ainda mais a nossa técnica. O ministério precisa além de tempo de oração, ter tempo para ensaios, e estar disponível para ensaios extras etc.
    Deus dá um talento um dom para cada um de nós e precisamos fazer com esses dons e talentos frutifiquem e multipliquem, pois quanto mais investirmos no dom que Deus nos deu, mais estaremos contribuindo para que a arte toque o coração daqueles que precisam dela.
    A nossa arte deve promover o resgate e restauração da arte, trazendo de volta os seus verdadeiros valores e propósitos para o qual foi criada, para isso precisamos ter o conhecimento dessa arte. Como iremos resgatar algo que desconhecemos. Deus criou a arte e viu que era boa!
   O mais importante de tudo é que técnica e unção devem andam em equlíbrio. O artista precisa da unção, mas ao mesmo tempo precisa da técnica para que com seu dom específico toque os corações.


Milena Caliope
Consagrada da Comunidade de Vida Recado

A Música no Plano de Deus


O Criador tem uma missão toda especial para a música dentro do Seu plano de restauração da criação. É Seu desejo ensinar ao seu povo um cântico novo, sinal pelo qual serão reconhecidos os seus escolhidos.

Canto e diálogo com Deus

Desde muito tempo atrás o canto tem sido um meio quase perfeito de diálogo entre Deus e o seu povo. Desde Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Jesus e os apóstolos, todos tiveram maneiras de expressar a Deus seus sentimentos através do canto.

Por ser uma linguagem tanto mais alta quanto mais perfeita do que a das palavras, a música tem sido um excelente meio de o homem expressar situações de busca, triunfo, luta, alegria, amor, dor, fracasso, protesto, etc.

Além de expressar todas estas situações de maneira tão vigorosa, o canto é também a melhor maneira para pedir a presença de Deus no meio das assembléias e também quando se está sozinho, pois através da música é muito mais fácil dirigir a palavra a Deus, pedindo-lhe perdão, bençãos, e principalmente dando-lhe graças por tudo que Ele é, fez e faz em sua infinita bondade e misericórdia.

O ponto forte da música é, porém, o louvor. A especialidade da música deve ser o louvor a Deus. Se o meu canto não louva a Deus, de pouco serve o meu canto. De uma maneira toda especial, o canto é marcado pelo amor. Lembro-me de uma música que diz com muita propriedade: "O meu louvor é fruto do meu amor por ti, Jesus".

E como o canto se presta de modo especial para o louvor do Senhor Criador e Salvador, temos que atentar muito para o fato de que através da música que fazemos ou cantamos podem ser transmitidos muitos tipos de mensagens e sentimentos. O canto é uma linguagem que pode ser usada pelo e para o bem e também para o mal.

Vemos claramente situações em que a música não é usada para o bem quando, por exemplo, nos campos de batalha incita os ânimos para a guerra, ou ainda quando nas boates excita e estimula os desejos carnais. Nestes casos a música não se presta para o louvor a Deus e perde a razão de ser.

Vemos então que música pode se apresentar com três faces: música divina, música puramente humana e música maligna. Por esta razão, devemos agir com muito discernimento, na fim de não corrermos o risco de cantarmos músicas malignas ou humanas com letras cristãs, pois estaríamos nos arriscando a cantar sobre Cristo e servir ao mal, à maneira do que fazem grupos como os "Meninos de Deus", dentre outros. Vemos que a música é um meio eficaz de diálogo com Deus e assim serve para construir e edificar o homem, mas que pode igualmente servir como meio para destruí-lo e levá-lo a alienação.

A Música evangelizadora

O canto é sempre uma evangelização, principalmente quando através dela proclamamos que Deus existe e que Ele criou o mundo e todas as coisas. Também se presta para evangelizar quando através dele cantamos a pessoa e a vida de Jesus, sua obra salvífica, sua Igreja e esperança de vida eterna, ou ainda quando ressaltamos a ação de Deus na vida de Maria e dos santos.

No entanto, o canto adquire admirável poder evangelizador quando sua mensagem traz trechos da Bíblia e leva as pessoas a meditarem e tomarem decisões de conversão, além de mais facilmente memorizarem passagens e mensagens da Bíblia. Assim, a música é plenamente evangelizadora quando transmite literalmente textos bíblicos.

Para ser evangelizadora, a música deve ser celestial e como tal apresenta-se de duas formas:

no linguajar comum - nesta forma, a música anima a assembléia, formando-a, unificando-a em uma só oração. A medida que a assembléia vai cantando, vai se assemelhando a uma só voz que canta, parecendo uma só pessoa cantando com a ajuda inestimável dos anjos. O Espírito Santo faz com que as muitas vozes que cantam - embora sejam muitas e diferentes - unam-se em um só louvor. com cânticos espirituais inspirados pelo Espírito Santo - de maneira suave e lenta o Espírito Santo vai suscitando este canto tão agradável ao Senhor. Quando cantamos assim só temos que ter cuidado para não nos deixarmos levar pela impolgação do momento e nos perdermos individualmente em Deus e assim realizarmos um culto particular. É muito importante, neste caso, escutar os outros cantando e procurar entrar na mesma harmonia. Sendo assim, com o tempo, observaremos como o cântico traz bênçãos para o grupo, levando-o para o alto. Neste tipo de canto, até mais que o canto em linguagem comum, os Anjos se aproximam e dão uma cobertura toda especial ao louvor. Eles cantam conosco, tocam, expulsam para longe o inimigo que nos quer tirar desta presença maravilhosa de Deus. E nesta harmonia celeste o canto começa a subir para Deus, ao mesmo tempo em que vai curando e restaurando as nossas almas.

O ministério da música na Bíblia

A Sagrada Escritura nos ensina que o ministério de música é algo antigo e que foi instituído na casa de Deus através do Rei Davi. Ela nos mostra também como o ministério deve ser organizado e conduzido e de que forma a música serve de auxílio indispensável aos demais ministérios como cura e libertação, profecia, animação e coordenação. Eis alguns dos eloqüentes exemplos que nela encontramos.

I Sam 16,23 : "E sempre que o espírito mau, permitido por Deus acometia o rei Saul, Davi tomava a harpa e tocava. Saul acalmava-se, sentia-se aliviado e o espírito mau o deixava". Vemos neste texto Saul atormentado por espíritos malignos, e libertado pela música ministrada por Davi com sua harpa. O ministério de música é aqui usado em seu aspecto libertador e curador, o que demonstra o seu grande poder e o auxílio que presta ao ministério de cura e libertação.

Rs 3,1 4-18 : "Eliseu disse: ‘trazei-me um tocador de harpas.’ Apenas fez o tocador vibrar as cordas, veio a mão do Senhor sobre Eliseu... e ele profetizou dizendo: ‘Ele também vai entregar Moab em suas mãos.’" Nesta passagem nos deparamos com o fato de que Eliseu, embora fosse um grande profeta, ter precisado que o ministro de música viesse com a sua harpa tocar. Isto abriu espaço para o Espírito Santo inundar o profeta e levá-lo a profetizar a vitória do povo de Israel sobre o povo de Moab.

Este fato nos leva a perceber com é fundamental o auxílio do ministério de música ao da profecia. Por isso todas as vezes que nos grupos de oração, assembléias e reuniões comunitárias há música e louvores no Espírito os corações se abrem com maior facilidade para o dom da profecia e o Senhor pode então falar ao grupo e dirigi-lo. O ministério de música está, assim, estreitamente ligado ao ministério de profecia que, além de ser preparada e estimulada pela música, pode também ser expressa em forma de profecia cantada.

I Cor 15,16-22 : "Davi disse aos chefes dos levitas que estabelecessem seus irmãos como cantores com instrumentos de música, cítaras, harpas e címbalos, para que sons vibrantes e alegres se fizessem ouvir. Os levitas constituíram Hemã, filhos de Joes, e dentre seus irmãos, Asaf, filhos de Baraquias... Zacarias, Osiel, Semiramot, Jaiel, Ani, Eliab... os porteiros. Os cantores Hemã, Asaf e Etã, tinham címbalos de bronze... Zacarias, Osiel, Semiramot... tinham cítaras em soprano..."

Ao ler este texto poderíamos perguntar para que tantos nomes e para que tantas especificações. Na verdade, tudo isto é de fundamental importância pois nos ensina que o ministério de música era, para os levitas e para Davi, algo organizado e definido. Este texto mostra que não era algo improvisado, formado na hora da necessidade, com pessoas que se encontrem por perto e cantem bem, como, infelizmente estamos acostumados a ver em muitos dos nossos grupos. O ministério de música deve ser planejado, estruturado, ungido e enviado. Deus quer hoje suscitar em todos os grupos e comunidades pessoas que realmente, como na época de Davi, se dediquem a este ministério; pessoas encarregadas do cântico na casa de Deus.

I Cronica 25,1-7 : "Eis a lista dos homens encarregados do serviço do canto: dos filhos de Asaf: Zacur, José, Natania e Asarela que profetizava segundo as ordens do rei. De Iditum: Godolias, Sori, Jesefas,... que profetizava com a cítara para cantar e louvar ao Senhor... Eis portanto os que, sob a direção dos seus pais estavam encarregados do canto no templo. Tinham címbalos, cítaras e harpas para o serviço do Templo, sob as ordens do Rei Davi, de Asaf, de Iditum e de Hemã. O número deles, juntamente com seus irmãos exercitados em cantar ao Senhor, todos hábeis em sua arte, atingia o número de duzentos e oitenta e oito."

Observamos nesta passagem como o ministério da música era bem definido e como cada um ocupava um lugar determinado.

Outro ponto muito importante neste texto é a clara noção de submissão e autoridade. Sem estas definições é impossível se fazer algo construtivo na Igreja. Precisamos crescer no serviço do Reino de Deus e só vamos crescer dentro da virtude da obediência e da submissão, a exemplo do próprio Jesus que por sua obediência tornou-se Rei e Senhor (Fl 2,6).

Outro aspecto importante neste texto é o que diz o versículo 7: "todos eram hábeis na arte de cantar". Como nos tornamos hábeis em alguma coisa? Dedicando-nos a ela de maneira especial. Era assim que os levitas se dedicavam ao seu ministério de cantar e tocar no Templo. Eram hábeis porque estudavam e aperfeiçoavam os instrumentos e as vozes. Não consideravam o ministério de música como algo puramente místico ou espiritual, mas sabiam que para exerce-lo bem deveriam exercitar-se e aprimorar-se, a fim de fazer para Deus o melhor possível e abrir-se mais eficazmente às moções do Espírito.

Se naquela época já era assim, quanto maior responsabilidade e dever de nos aprimorarmos temos hoje, quando foram desenvolvidas novas técnicas para cantar e tocar e quando a ciência da música é tão rica e abrangente! Se os cantores e os instrumentistas do mundo se esmeram horas a fio para aprimorar suas técnicas em favor apenas de si mesmos, quanto mais não devem os ministros de música serem instruídos e se aprimorarem a fim de se tornarem hábeis no ministério de tocar e cantar para o Seu Deus e senhor! O Espírito Santo poderá utilizar-se melhor de pessoas bem treinadas e ungidas para louvarem Aquele que é digno de todo louvor.

I Cronica 23,5 : vemos aqui a preocupação de Davi em separar 4000 homens entre os levitas só para celebrarem o Senhor através da música. Encontramos no Antigo Testamento outras passagens semelhantes a esta como II Cr 29,25-31, onde se vê que o Rei Ezequias considerou fundamental o canto na restauração que fez no culto no Templo do Senhor, mostrando assim que a música tem papel fundamental na obra nova, no novo culto que era implantado.

I Cor 14,15 : "orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento, cantarei com o espírito, mas cantarei também com o entendimento." São Paulo deseja nos ensinar aqui que em nossas assembléias precisamos cantar músicas dos folhetos, mas também precisamos cantar as músicas que o Senhor inspirar através do Espírito Santo. Entretanto, para cantar com o Espírito e para cantar com o entendimento precisamos de unção, pois Deus não se agrada de cânticos apenas profissionais e resultantes de simples técnicas humanas. Precisamos de boa técnica, mas, com ela e acima dela, da unção do Espírito de Deus, inspirador de todo louvor.

Ef 5, 18-21 : "Enchei-vos do Espírito e não vos embriagueis com vinho que é fonte de devassidão. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor." Aqui Paulo, além de falar dos hinos (cânticos de folhetos) e cânticos espirituais (inspirados pelo Espírito), diz que cantemos o nome do Senhor com os salmos.

O ministério de música nos grupos e assembléias precisa crescer nesta forma de oração: "cantar com os salmos". Uma vez que os salmos são um excelente método de oração e não são escritos para serem lidos e sim para serem orados, o ministro de música pode conduzir a assembléia a cantar os salmos. Como fazer? A melhor maneira é escolher o salmo que a Igreja indica para aquele dia, pois assim se ora com toda a Igreja de Deus. O ministro da música pede ao Espírito Santo que sopre uma melodia e começa a cantar o salmo. Daí cada um segue cantando com a canção que o Espírito lhe inspirar. Esta maneira de orar é algo tão do agrado de Deus que nós vemos no Evangelho de Mc 14,26: "Terminado o canto dos salmos, saíram para o Monte das Oliveiras". Não podemos deixar de utilizar esta forma de louvar a Deus, adotada pelo próprio Jesus e seus discípulos.

Apoc 14,1-5 : "Eis os escolhidos que traziam na fronte o nome dele e o nome de seu Pai. Ouvia, entretanto, um coro celeste semelhante ao ruído de muitas águas... cantavam como que um cântico novo... ninguém podia aprender este cântico, a não ser os escolhidos..." E para que os escolhidos aprendam a cantar este cântico novo é preciso que comecem agora , através do ministério de música a se abrirem a ação do Espírito que quer ensinar-lhes a cantar.

O ministério da música nas celebrações eucarísticas

Como vimos nos livros sagrados, a atuação do ministério da música era algo comum e muito bem organizado. Em nossos tempos não deveria ser diferente. Seja em grandes assembléias, noites de louvor, grupos de oração, seminários ou outros, o canto como forma de louvor, auxílio na oração e abertura e incentivo à manifestação dos carismas do Espírito deverá estar a cargo de um ministério de vozes e instrumentos bem treinado e muito ungido.

É na Celebração Eucarística que o ministério de música atinge seu sentido mais profundo, pois é na celebração da Palavra e do Corpo do Senhor que a Igreja se reúne para celebrar sua maior alegria e mistério.

A função do ministério da música aqui vai além do louvor e oração para o ministrar a música e ao mesmo tempo ensinar e incentivar o povo a participar com voz, corpo e coração dos cânticos, parte essencial da liturgia da Grande Festa que é a Eucaristia.

O momento da missa não é momento de espetáculo ou show onde os ministros de música exibem seus valores ou conquistas, mas é o Corpo de Cristo unido para louvar o seu Deus, o seu Tudo. Neste momento quando a Igreja reunida, povo de Deus está em torno do altar e goza da presença maravilhosa do Senhor, é papel do ministério de música levá-lo a compreender, interiorizar e manifestar seu louvor e alegria através do cântico participado.

Durante a Celebração Eucarística, o canto do povo tem prioridade sobre o canto belo dos solistas, muito embora um canto solado também possa ser útil em determinados momentos da celebração. Devemos ter especial cuidado neste aspecto, a fim de evitarmos exibicionismos quanto ao canto ou música solados ministrado em momentos indevidos, quando seria a vontade do Senhor que todo o povo o louvasse com unidade e liberdade, edificando a Igreja, como faziam os 4000 homens de II Cr 23,5.

O papel do animador e do coral

Para que a assembléia reunida caminhe com ordem e discernimento deve existir um animador musical. Este animador musical ou coordenador do ministério da música é quem dirige os cantos e anima toda a assembléia para o louvor do Senhor. Seu ministério e função exigem dele uma vida de oração, escuta do Senhor e conhecimento da vontade de Deus, a fim de deixar-se levar pela unção inspiração do Espírito e ser igualmente acessível a todos. Deve inspirar confiança aos seus irmãos e aos outros participantes do ministério e exercer sua função com paciência, principalmente quando de falhas dos outros participantes do ministério.

É necessário ainda que o animador tenha bom ouvido musical, voz segura e afinada, sentido de ritmo, gestos apropriados para indicar com as mãos os matizes que deseja obter dos demais componentes do ministério ou da assembléia.

Apesar da importância do papel do animador, ele precisa ter o apoio de um grupo de bons cantores, o coral. Este coral, dividido em grupos de pessoas com o mesmo tom de voz soprano, tenor, barítono, contralto, etc, possibilita um melhor e mais rápido aprendizado dos cantos novos e, com o animador, animará e coordenará a assembléia.

Embora na maioria das vezes o coral cante todo junto, ele deve Ter também solistas. Em momentos apropriados como por exemplo após a comunhão, um solo leva a assembléia ao recolhimento e profunda ação de graças. O solo não seria apropriados para outros momentos como o glória, ofertório, canto da entrada, comunhão, aclamação ao Evangelho, quando a participação da assembléia é fundamental dentro do sentido da celebração.

Os ministros dfe música devem ter sempre presente o fato de que acima de tudo têm o chamado e o ministério de alegrar e reforçar a assembléia no louvor do Senhor, com suas vozes e também com seus instrumentos musicais. E o Senhor suscita na Igreja pessoas hábeis para louvá-lO através de todo os tipos de instrumentos musicais. É maravilhoso vermos os louvores do Senhor animados com baterias, violões, guitarras, contra-baixos, órgãos, pandeiros, etc. Embora muitos considerem isto algo novo, pela Palavra verificamos que é, na realidade, apenas um reavivamento do que vemos na época do Rei Davi que, no salmo 150 conclama todos os instrumentos musicais a louvarem o Senhor.

No entanto, por mais bonito que seja o som de um instrumento musical, sua finalidade não é substituir ou sobrepor a voz do homem, mas realçá-la e acompanhá-la. Devemos então cuidar para que o instrumental nunca domine a voz humana, pois é ela o louvor mais agradável a Deus. Foi pelo homem que Jesus deu a vida e agrada ao Pai ouvir as vozes que criou cantarem sob a unção do Espírito.

A importância do tempo litúrgico

Um ministério de música que caminhe com discernimento cuidará em conservar as músicas que são mais conhecidas a fim de atingir a assembléia e faz participar com maior proveito. No entanto, deve aprender a tocar novas músicas a fim de não cair na rotina e, aos poucos e oportunamente ensinar estas novas músicas ao povo. Devemos buscar o equilíbrio e não nos deixarmos levar nem pelo afã de novidades nem pelo enfado da rotina e cuidar especialmente no sentido de que os cânticos escolhidos guardem plena comunhão com a Igreja Católica e se não há neles erro doutrinal.

Sabemos que a Igreja celebra a cada ano o seu calendário litúrgico, composto dos seguintes tempos: Advento, Natal, Epifani, Quaresma, Páscoa, Pentecostes e tempo comum. É imprescindível que o ministério de música esteja atento ao tempo litúrgico e utilize cânticos que estejam de acordo com o mesmo.

A serviço dos grupos de oração

Nas reuniões de oração é também fundamental um ministério de música também organizado, onde haja um animador que, em unidade com o coordenador da oração conduza os cânticos de acordo com a moção do Espírito. Os instrumentos também terão função relevante no grupo de oração e ajudarão o animador a levar a assembléia ao louvor, a escuta e ao gozo no Espírito, que expressa a alegria e o abandono dos fiéis no seu Senhor, à semelhança dos apóstolos em Pentecostes, como que "embreagados de vinho mosto".

Ministrando a dança no Espírito

O gozo no Espírito leva as pessoas à dança no Espírito. Esta dança deve também ser ministrada pelo ministério de música através dos cânticos com ritmos apropriados a este tipo de louvor. Vemos por II Sam 6,14-21 que a dança no Espírito é um outro aspecto do louvor a Deus que o Espírito está fazendo renascer: "Na presença do Senhor danço eu", afirma nesta passagem o Rei Davi e, em Sl 149,1-3: "louvem ao Senhor com danças". Em nossos grupos, assembléias e celebrações o Senhor tem muito a realizar neste sentido. Abramos espaço a Ele.

Ministrando o cântico novo

No princípio, toda a criação louvava ao Criador de maneira uníssona e belíssima. Com o pecado, este louvor, esta música celestial foi perdida. Acreditamos que se nos abrirmos hoje aos caminhos do Espírito Santo esta música do princípio será restaurada e prestará ao Senhor o culto e o louvor que Ele merece e que está muito além de todo condicionamento, respeito humano ou preconceito. Neste contexto, o ministério de música tem papel fundamental e belíssima missão: restaurar o canto celestial perdido e ministrá-lo ao povo de Deus, preparando-o para neste final de tempos para que no final dos tempos cantem de júbilo ao ver o Senhor vindo em Sua glória o cântico novo dos escolhidos que com o Rei passarão a eternidade.

Aleluia!

A Dança na Igreja


Jesus nos deu uma ordem: "Ide e pregai o Evangelho", é para isto que devemos usar as nossas habilidades.

A dança é para expressar, louvar e adorar a Deus e impactar o mundo com nossa expressão corporal chamando-o para o reino. "Porque fostes comprados por alto preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" (I Coríntios 6:20).

Dançar é definido como uma manifestação instintiva do ser humano. Antes de polir a pedra e construir abrigos, os homens já se movimentavam ritmicamente para se aquecer e comunicar.
Considerada a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função
Dança, em sentido geral, é a arte de mover o corpo seguindo uma certa relação entre tempo e espaço, estabelecida graças a um ritmo e a uma composição coreográfica.

Toda vez que nos colocamos perante a Igreja para ministrar com dança, é como se nosso coração tivesse uma expectativa de saber como Deus irá receber o nosso louvor. Cada vez que entramos na presença do Senhor, tudo parece novo e sua presença sempre nos traz coisas novas.

Devemos lembrar também que há um grande mover de Deus nas artes nesses últimos tempos, com a restauração da espontaneidade e expressividade no meio da Igreja. A expressão do nosso coração nos dá a oportunidade de chegarmos a Deus com todo o nosso ser, com tudo o que temos e o que somos, afinal somos livres pela graça de Jesus!

Uma condição essencial e obrigatória para o ato da adoração é a santidade. Não há nada que agrade tanto o coração do Pai do que uma adoração sincera, verdadeira e pura. A dança também pode expressar este tipo de adoração.

Muitas vezes não entendemos que Deus criou todas as coisas, e não "só algumas" e todas as coisas são para o reino Dele. Às vezes costumamos limitar a presença de Deus em nosso meio achando que Ele se manifesta da maneira como pensamos ou queremos. Assim impomos situações e criamos preconceitos, sem saber que Deus pode receber o nosso louvor independente da arte que está sendo utilizada (música, dança, mímica, teatro etc).

A dança é uma possibilidade de linguagem. Na Bíblia podemos encontrar inúmeras citações sobre a dança usada para o louvor e nos momentos de celebrações. O povo de Deus, no Antigo Testamento, por exemplo, dançava em suas festas com expressão de júbilo e agradecimento diante do Senhor. No livro de Samuel podemos observar que Davi adorava a Deus com todas as suas "forças" e é assim que temos que adorar a Deus, com todas as nossas forças. Foi o mesmo Davi que dançou e saltitou alegremente quando a Arca chegava em Jerusalém.

Comunidade Católica Shalom

Carta do Papa João Paulo II aos artistas


Para acessar a CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II AOS ARTISTAS, copie e cole na barra de endereços o link abaixo:

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/documents/hf_jp-ii_let_23041999_artists_po.html

Façam bom uso desse rico material que o nosso querido, Papa João Paulo II, nos deixou.
Bons estudos, boa formação e bons frutos! 

MENSAGEM DO PAPA PAULO VI NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II AOS ARTISTAS

MENSAGEM DO PAPA PAULO VI
NA CONCLUSÃO DO CONCÍLIO VATICANO II
AOS ARTISTAS
8 de Dezembro de 1963

Aos artistas
Para todos vós, agora, artistas, que sois prisioneiros da beleza e que trabalhais para ela: poetas e letrados, pintores, escultores, arquitectos, músicos, homens do teatro, cineastas . . . A todos vós, a Igreja do Concílio afirma pela nossa voz: se sois os amigos da autêntica arte, sois nossos amigos.
Desde há muito que a Igreja se aliou convosco. Vós tendes edificado e decorado os seus templos, celebrado os seus dogmas, enriquecido a sua Liturgia. Tendes ajudado a Igreja a traduzir a sua divina mensagem na linguagem das formas e das figuras, a tornar perceptível o mundo invisível.
Hoje como ontem, a Igreja tem necessidade de vós e volta-se para vós. E diz-vos pela nossa voz: não permitais que se rompa uma aliança entre todas fecunda. Não vos recuseis a colocar o vosso talento ao serviço da verdade divina. Não fecheis o vosso espírito ao sopro do Espírito Santo.
O mundo em que vivemos tem necessidade de beleza para não cair no desespero. A beleza, como a verdade, é a que traz alegria ao coração dos homens, é este fruto precioso que resiste ao passar do tempo, que une as gerações e as faz comungar na admiração. E isto por vossas mãos.
Que estas mãos sejam puras e desinteressadas. Lembrai-vos de que sois os guardiões da beleza no mundo: que isso baste para vos afastar dos gostos efémeros e sem valor autêntico, para vos libertar da procura de expressões estranhas ou indecorosas.
Sede sempre e em toda a parte dignos do vosso ideal, e sereis dignos da Igreja, que, pela nossa voz, vos dirige neste dia a sua mensagem de amizade, de salvação, de graça e de bênção.